Entre todos os mapas clássicos do Counter-Strike, poucos carregam tanta história, tradição e momentos memoráveis quanto a Train no CS. De jogadas icônicas a finais de campeonatos históricos, Train é mais do que apenas um cenário: é um verdadeiro palco de lendas. Desde seu surgimento até sua participação em torneios internacionais, este mapa deixou marcas profundas no competitivo e na comunidade, tornando-se um dos pilares do jogo.
A origem do Train no CS
O mapa Train no CS surgiu ainda nas primeiras versões do Counter-Strike, mais especificamente no CS Beta 6.5, lançado em meados do ano 2000. Criado originalmente pelo level designer conhecido como CryptR, o mapa tinha o nome “cs_trainyard”, mas rapidamente evoluiu para o famoso “de_train”, ganhando a versão de bomba que se tornou padrão nos campeonatos.

Sua ambientação industrial em uma estação ferroviária abandonada trazia uma estética única, com trens, vagões e plataformas. Ao longo das versões do jogo, desde o CS 1.6 até o CS: Source, CS:GO e agora CS2, Train passou por diversas reformulações visuais, mas sua essência estratégica sempre foi mantida.
A estrutura e sua importância tática
O Train no CS é conhecido por seu alto grau de dificuldade estratégica. Ele é um dos mapas mais verticais do jogo, exigindo dos jogadores domínio de movimentação, conhecimento de ângulos e excelente controle de mira. Com dois bombsites (A e B), separados por estruturas complexas de trens e plataformas, o mapa favorece tanto o estilo agressivo quanto o defensivo.
No lado CT, Train oferece múltiplas opções de posicionamento, permitindo uma defesa sólida. Já o lado TR exige execuções muito bem coordenadas, uso eficiente de granadas e controle absoluto do tempo. Por isso, é comum que o mapa tenha um “CT side” muito mais forte, tornando cada round como terrorista um verdadeiro desafio.
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Smokes e Vantagem Competitiva
O Poder Estratégico das Smokes no Train
No competitivo, as smokes são essenciais para ganhar espaço e manipular rotações. O Train no CS é um mapa que exige um conhecimento profundo de utilitárias, especialmente as smokes. As smokes no bombsite A, por exemplo, permitem bloquear completamente a visão dos CTs que estão na “passagem”, na “liga” e até mesmo nas caixas verdes. Já no bombsite B, smokes bem posicionadas cobrem entradas cruciais, como a rampa e o lado “oil”, dificultando retakes rápidos por parte da defesa.
Além disso, a vantagem de quem domina as smokes no Train está na possibilidade de fazer execuções rápidas ou falsas, confundindo os adversários. É um dos poucos mapas em que o uso criativo de smokes pode significar a diferença entre uma entrada suicida e um plant bem-sucedido. Jogadores profissionais, como gla1ve e FalleN, sempre destacaram o quanto o domínio do mapa e suas utilitárias era vital para vencer em alto nível.
Partidas e campeonatos marcantes
Durante a era de ouro do CS:GO, o Train no CS foi cenário de alguns dos momentos mais lendários da história do e-sports. Grandes equipes como Virtus.pro, Astralis, Natus Vincere e SK Gaming usaram o mapa como um de seus favoritos, construindo vitórias épicas em cima dele.
Um dos exemplos mais marcantes aconteceu na final do ESL One Cologne 2016, quando a SK Gaming, liderada por FalleN, venceu a Liquid em uma série que incluiu uma performance impecável no Train. Naquele jogo, coldzera realizou múltiplos clutches, e a SK venceu rounds aparentemente perdidos, mostrando um domínio completo do mapa.
Outro momento histórico foi a semifinal entre Natus Vincere e EnVyUs no DreamHack Open Cluj-Napoca 2015. O Train foi palco de uma das performances mais avassaladoras de flamie, garantindo a vitória da NaVi com um placar de 16–5, e solidificando o mapa como uma das armas secretas do time.
Jogadas icônicas e grafites
Como todo grande mapa do CS, o Train no CS também tem seus grafites, homenagens da Valve a jogadas memoráveis. Um dos grafites mais famosos surgiu após uma jogada do jogador “Xyp9x” da Astralis, que em um 1v3, desarmou a bomba no último segundo escondido entre os trens, em um clutch que parecia impossível.
Outros grafites surgiram homenageando coldzera e fer, por clutches inacreditáveis e abates com AWP em posições improváveis. Esses detalhes deram ainda mais personalidade ao mapa, eternizando os momentos em sua paisagem visual.

A importância histórica do Train no CS competitivo
Durante muitos anos, o Train no CS foi presença garantida no map pool oficial dos campeonatos mais importantes do mundo, como Majors, IEMs e torneios organizados pela BLAST e ESL. Sua retirada temporária do map pool em 2021 foi um choque para a comunidade, que sempre viu o mapa como uma referência em termos de técnica, estratégia e espetáculo.
Por ser um mapa que exigia total sincronia e preparo, ele frequentemente era escolhido por equipes mais táticas e menos baseadas em individualidades. Por isso, tornou-se o símbolo do “CS inteligente”, onde vencer dependia mais do cérebro do que da bala.
Com a chegada do CS2, muitos fãs esperam ansiosamente pelo retorno definitivo do mapa ao competitivo, principalmente por tudo que ele representa no cenário e-sports e na construção da história do jogo.
O legado de Train no CS
O impacto do Train no CS vai muito além de suas estatísticas ou quantidade de vezes que foi jogado. Ele ajudou a moldar o estilo de jogo de muitas equipes, definiu o sucesso de várias organizações e serviu como trampolim para inúmeros jogadores se destacarem.
Mapas como Train ensinam aos jogadores a importância do posicionamento, controle de tempo, uso eficiente de granadas e, acima de tudo, da paciência. Seu legado é semelhante ao de mapas como Dust2 e Mirage, mas com uma aura de complexidade que poucos outros conseguem igualar.
Curiosidades sobre o mapa Train no CS
- Train no CS sempre foi um mapa cercado de detalhes únicos e fatos pouco conhecidos, que contribuem para seu status lendário dentro do cenário competitivo. Uma das curiosidades mais notáveis é que Train foi um dos poucos mapas a aparecer em todas as versões do Counter-Strike, desde o 1.6 até o CS2, com exceção de pequenas pausas no map pool oficial. Isso demonstra o quanto o mapa é relevante para a comunidade e sua importância histórica para o jogo.
- Outro detalhe interessante é o nome original do mapa, que era “de_train”, e muitos jogadores veteranos ainda se referem a ele assim. O prefixo “de” indica que o mapa é do tipo “demolition”, ou seja, baseado em bomba, onde os terroristas devem plantar e os contra-terroristas impedir. Essa nomenclatura técnica se manteve em quase todos os mapas clássicos do jogo.

- Em termos de visual, a versão mais recente de Train no CS no CS2 trouxe uma ambientação com clima chuvoso, algo raro nos mapas da franquia. Essa adição aumentou a imersão do jogador e trouxe desafios visuais, como a visibilidade em áreas com pouca iluminação, influenciando diretamente a performance em partidas competitivas.
- Outro fato pouco comentado é que Train possui uma das maiores áreas verticais do CS, com vários pontos elevados, como a região de “Heaven”, que exige domínio de movimentação para aproveitar posições vantajosas.
- Além disso, por causa de sua estrutura, Train é um dos mapas com maior número de pixels perfeitos para flick shots, ou seja, exige reflexos precisos e domínio total da mira, características que o tornaram ideal para jogadores como s1mple, device e FalleN brilharem.
Essa riqueza tática e histórica é o que mantém Train no CS como um dos mapas mais reverenciados de todos os tempos, sendo sempre lembrado nos bastidores, discussões de e-sports e competições de alto nível.